sábado, 23 de janeiro de 2010

Nostalgia

Recebi esta semana uma mensagem que me surpreendeu pelo poder que demonstra que a internet adquiriu: fui contactado por alguém que, tendo lido uma entrevista que dei a um Jornal on-line, escreveu: “Parabéns pelo sucesso profissional. Conheci um John Vanidade nos tempos da escola primária em Alpedrinha penso que seja você que nunca mais vi. Esse rapaz (John Vanidade) esteve em Alpedrinha pouco tempo, andou na escola primária e vivia com o seu avô que tinha uma motorizada antiga por volta dos anos setenta. Será?”. E não é que era? Não resisti a responder-lhe de imediato (o que nos dias, que correm, considero quase um verdadeiro milagre: isto dos mails são cada vez mais um problema para as instituições, dado “caírem” em catadupa, não nos dando tempo para respirar…), até pelo facto de ter ficado a saber que ele permanecia nessa deliciosa terra, Alpedinha. Fui ali parar, a casa dos meus avós maternos, naquele já longínquo 1969, enquanto esperava pelo regresso dos meus pais de Moçambique. Nunca me esquecerei de ter sido ali que pela primeira vez na vida vi televisão – em África não havia – no dia 21 de Julho de 1969, e, ainda por cima, ter logo visto a chegada do homem à lua! Também nunca mais me esqueci da “pancada” do nosso Professor da Escola Primária, que dava 2$50 a quem, aos sábados, recitasse um poema, não perdendo eu qualquer oportunidade para agarrar essa fortuna (já que ninguém avançava, eu não resistia :-). Estive ali, permanentemente, apenas até à Páscoa de 1970, tendo depois ido viver para as Caldas da Rainha, onde os meus pais se viriam a fixar (terra dos avós paternos…). Todos os verões regressava a Alpedrinha, para aquelas longas férias grandes. Entretanto o meu avô (o tal da motorizada) sofreu uma trombose que o deixou acamado. Não tendo a minha avó capacidade para conseguir gerir a situação sozinha (o meu avô era baixo mas bem encorpado), foram viver connosco. Esta avó, nascida e criada em Alpedrinha, irá tornar-se este ano, Deus o permita, numa ilustre centenária! Esse foi o final da minha relação com Alpedrinha. Agora, em regra, não passo por ali mais que uma vez de dois em dois anos, quase sempre a caminho da Serra da Estrela (adoro neve e quando posso lá a vou espreitar).

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